quinta-feira, 25 de maio de 2006

Escândalo da Enron dá cadeia para empresários nos EUA

O fundador e ex-diretor-presidente da empresa de energia Enron, Kenneth Lay, e o ex-diretor-administrativo, Jeffrey Skilling, foram condenados por fraudes contábeis que levaram a companhia, apontada durante anos pela revista Fortune como uma das inovadoras dos Estados Unidos, à falência em 2001. Eles podem ficar décadas na prisão.

A empresa de eletricidade, gás natural e comunicações empregava 21 mil pessoas. Chegou a declarar um faturamento de US$ 101 bilhões em 2000. Mas naufragou no final de 2001, quando foi revelado que praticara fraudes contábeis sistematicamente. Foi, na época, a maior falência da História dos EUA. Deixou imediatamente 4 mil desempregados.

Agora, depois de seis dias de deliberações, o júri constituído por oito mulheres e quatro homens condenou Ken Lay por todas as seis acusações de fraude e conspiração que pesavam sobre ele. Jeff Skilling foi considerado culpa por 19 acusações de fraude, conspiração, falso testemunho e uso indevido de informação privilegiada. Foi absolvido em outras nove. Eles podem pegar 5 a 10 anos de cadeira por cada uma das condenações. A sentença será proferida em setembro.

A Enron, uma empresa do Texas, era ligada ao presidente George Walker Bush, que chamava Lay pelo apelido, e contribuiu para a campanha eleitoral de Bush em 2000.

O escândalo da Enron foi superado pela quebra da empresa de telecomunicações World.com, a maior até hoje. Em resposta, o Congresso dos EUA aprovou a Lei Sarbanes-Oxley, que impõe normas rígidas de transparência para a contabilidade das empresas.

Está aí um bom exemplo para o Brasil, que vive uma onda de violência e corrupção sem precedentes em sua história democrática, marcada por uma impunidade que começa no Palácio do Planalto. Em países decentes, os corruptos e ladrões vão para a cadeia.

Aqui, a Justiça acaba de libertar o Bispo Rodrigues, ex-deputado preso no ano passado com sete malas cheias de dinheiro e acusado agora na Operação Sanguessuga, que fraudava licitações para compra de ambulâncias para o sistema público da saúde. O Supremo Tribunal Federal mandou prender de novo os envolvidos em mais este escândalo de corrupção. Mas os chamados crimes do colarinho branco raramente são punidos no Brasil. Devolução do dinheiro, então, nem pensar.

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