quinta-feira, 18 de maio de 2006

Peruanos protestam contra libertação no Chile do ex-presidente Alberto Fujimori

Centenas de pessoas protestaram hoje contra a libertação do ex-presidente peruano Alberto Fujimori diante da Embaixada do Chile em Lima, enquanto sua filha Keiko Fujimori, a deputada mais votada nas eleições de 9 de abril no Peru, mostrava-se confiante em que ele será absolvido de todas as acusações, que incluem corrupção, seqüestro, assassinato e apoio a grupos de extermínio.

Os manifestantes carregavam cartazes e gritavam frases como "Chile, vizinho, devolve o assassino" e "Michelle Bachelet [presidente do Chile], devolve o Chinochet", uma mistura do apelido de Fujimori, Chino, com o sobrenome do ex-ditador chileno Augusto Pinochet.

Fujimori governou o Peru de 1990 a 2000 e deu um golpe em 1992, quando fechou o Congresso e interviu no Judiciário. Com políticas autoritárias, acabou com a hiperinflação e derrotou os grupos guerrilheiros Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Tupac Amaru mas foi acusado de corrupção e de desrespeitar os direitos humanos, inclusive com grupos de extermínio criados pelo chefe dos serviços secretos, Vladimiro Montesinos.

Após ser eleito para um terceiro mandato em meio a acusações de fraude e corrupção eleitoral, Fujimori aproveitou uma reunião da APEC (Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) e pediu asilo ao Japão, terra de seus ancestrais.

Ao tentar voltar para o Peru com intenção de disputar a eleição presidencial deste ano, ele foi preso no Chile em 7 de novembro de 2005. Em 3 de janeiro de 2006, o Peru pediu a extradição do ex-presidente. Agora o Supremo Tribunal de Justiça do Chile decidiu libertá-lo.

Nenhum comentário: